Disponibilidade hídrica: água subterrânea como alternativa em um cenário de escassez

Foto de capa para representar como podemos aproveitar a disponibilidade hidrica

O Brasil vive, atualmente,  por um dos maiores períodos de escassez hídrica das últimas décadas, segundo especialistas.   A alternância entre anos mais secos ou chuvosos faz parte do ciclo climático, contudo o atual estágio exige uma atenção maior, pois há o risco de desabastecimento hídrico e até mesmo energético.

Torna-se importante, dessa forma, pensar em soluções para tentar minimizar esse impacto e contornar o problema. Uma delas é a utilização da água subterrânea como um sistema de amortecimento, valendo-se da capacidade de armazenamento dos aquíferos para acumulação e abastecimento de água.

Os aquíferos, descritos por alguns autores como embalses subterrâneos, são formações geológicas com capacidade de armazenar e transmitir água e podem ser utilizados de forma análoga aos reservatórios artificiais (barragens de abastecimento ou hidrelétricas).

Sendo de origem natural ou artificial, os reservatórios servem para acumular água durante os períodos de superávit hídrico e em épocas de escassez hídrica, servindo como uma opção alternativa para períodos extremos como o que estamos atravessando nesses últimos meses.

Os reservatórios podem, ainda, apresentar-se de diferentes formas. As conhecidas barragens de água e hidrelétricas são basicamente estruturas de acumulação de água, porém em fase livre e facilmente gerenciáveis. Já os reservatórios subterrâneos, conhecidos por alguns autores como aquíferos ou embalses subterrâneos, podem ser utilizados da mesma forma como fonte de abastecimento, entretanto exigem um nível maior de pesquisas.

Daniel Bertachini, diretor da MDGEO, destaca,  entre as diversas atuações da MDGEO,   uma experiência marcante utilizando os reservatórios subterrâneos para abastecimento de uma planta industrial de mineração. A unidade de mineração em questão era totalmente dependente de captação a fio d’água, e passou por um momento de estresse hídrico muito forte. Diante desse problema de escassez hídrica, inclusive para operação da unidade de mineração, a MDGEO desenvolveu um trabalho para identificar, selecionar e explorar um recurso subterrâneo de um aquífero próximo da região de captação. Este passou a ser utilizado como uma fonte alternativa para regular o sistema, reduzindo a exposição à variação sazonal e aos períodos de escassez hídrica.

Apesar de ser uma boa alternativa para períodos de estiagem, os aquíferos não são tão simples de serem mensurados. Nesse sentido, o desafio fica em entender como são e como funcionam esses reservatórios, sendo necessário desenvolver estudos hidrogeológicos bem completos para entender como funciona a dinâmica da acumulação e preservação da água subterrânea. Estes estudos vão desde levantamentos de campo (mapeamento de nascentes e poços), monitoramento hídrico e desenvolvimento de modelos hidrogeológicos computacionais.

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